segunda-feira, 21 de abril de 2008

Travessia Lisboa - Alburitel - 12 de Abril de 2008

Há um ano que perseguia a ideia de ligar Lisboa a Alburitel de BTT, numa só tirada. No ano passado já tinha concretizado metade do caminho, ligando Santarém a Alburitel. Mas ligar Lisboa a Alburitel era o dobro da distância. Ou seja, o dobro dos problemas…
A altura ideal para fazer estas travessias é na primavera, porque os dias são grandes (anoitece tarde) e o clima é mais ameno. Assim, sabia que se não o fizesse até Junho, teria que adiar mais um ano. O que não era opção, tinha que ser este ano.

Pensei fazer a solo, caso não houvesse mais ninguém que me acompanhasse (até porque nem todos conseguem fazer tantos kms num só dia). Mas convenci o Paulo Martins, o que não foi difícil. Aliás até foi ele que se mostrou mais optimista, porque a meteorologia ameaçava…

O planeamento passou por arranjar todos os track de GPS (utilizámos 5 tracks), preparar a alimentação e hidratação. Quanto à paparoca levei barras, gel e uma coisa fantástica que se chama Active Food (da Isostar). Mais parece comida para bebé, mas é delicioso e alimenta mesmo. Quanto à hidratação levei 2 litros de água mais 75 cl de Isostar líquido. No caminho ainda houve tempo para comer um pão com chouriço e comprar mais 1,5 litro de água.

Quanto à preparação da máquina, nada de especial, à excepção da limpeza e lubrificação. Mas houve um pormenor que nos esquecemos, que ia dando cabo do projecto… A lubrificação da corrente. Pois é, experimentem fazer mais de 100 kms seguidos de bike, e vão ver ela a gemer por onde menos se espera. No nosso caso, chegados a Santarém as correntes estavam secas e prontas a ceder. Se não tivéssemos encontrado uma oficina para pôr um pouco de óleo, tínhamos ficado a pé. Ensinamento: em grandes tiradas levar sempre um pouco de óleo…

As contas iniciais apontavam para 140 kms. Contas que se revelaram erradas porque não foi contabilizada a distância do estádio de Alvalade (ponto de partida) até à Expo (ponto de encontro com o Paulo Martins). Eu nunca imaginei que fossem 10 kms!! e porque o trajecto faz uns desvios esquisitos na zona do carregado. Resumindo e baralhando deu 165 kms. Puxado…

Os 10 kms de aquecimento até à Expo fizeram-se bem. Estava fresco mas solarengo. O Paulo Martins chegou à Expo vindo no Regional proveniente do Entrocamento. Seguimos pela Expo direitos ao rio Trancão. No vale do Trancão encontrámos bastante lama, o que ajudou ao problema da lubrificação da corrente. Até Vila Franca os trilhos (quase todos) em terra batida são muito porreiros. Em Vila Franca primeira pausa do dia para comer alguma coisa. Não demorámos muito na paragem, até porque segundo as nossas contas, estávamos atrasados face ao que tínhamos previsto (a lama do Trancão e trilhos menos rolantes do que previsto foram os responsáveis).

De Vila Franca até ao Carregado é a parte menos interessante do percurso, muito alcatrão, muitos carros, mas julgo que por ali não há muitas alternativas.

Do Carregado até Santarém, foi praticamente tudo em terra batida, bastante rolante. Apanhámos mais um pouco de lama (ai a corrente…), mas um senhor simpático com uma máquina de pressão, que quase fez voar a bike, deu um belo banho, ficou impecável, mas ainda com menos óleo na corrente… O caminho seguia mesmo ao lado do rio até que avistámos a ponte nova em Santarém. Chegados a Santarém concluímos que já tínhamos 90 e tal (!!) kms (estava previsto contabilizar 80 kms…) e a corrente do Paulo Martins já nem rodava. A minha corrente ainda funcionava mas o ruído da mesma prometia encrenca para breve… Já desesperados por não encontrarmos oficina, quase a sairmos de Santarém, lá encontrámos uma oficina aberta (a única) que nos salvou! A outra boa notícia é que estávamos, pela primeira vez à frente do relógio.

De Santarém ao Entrocamento, rolámos finalmente em alcatrão, que as pernas já se ressentiam. Paragem no Vale de Santarém para comer e descansar 30 minutos. Mais uma tirada até à Golegã e nova paragem para descanso. Nesta altura devíamos contabilizar 130 kms.

No Entrocamento despedi-me do Paulo e segui viagem. A 3 kms de casa, e depois de um dia que nasceu com muito sol, eis que cai o céu e fico num pingo. Esperava quebrar o rendimento mas não sei porquê, nos últimos kms pedalava como se estivesse a começar. Só depois de parar é que vi que estava mesmo empenado…

Tinha previsto chegar a casa às 20.00 (ainda de dia portanto), mas adiantei-me pois eram 17h30 e já estava sentado a lanchar. A fome não era assim muita porque o active food é mesmo bom.

Estatísticas da viagem:
165 kms
10h00 (tempo total), que inclui 1h20m parado

Fotos:
Aeroporto da Portela




Quem é que já foi a este Avião?

Gare do Oriente

A máquina voadora

Expo

Trilhos do Trancão

Vila Franca



Central do Tejo

Lezíria Ribatejana

Ponte nova de Santarém à vista

Santarém à vista


Ex-libris da cidade (uma vez entrei neste estabelecimento mas não me lembro de ter saído...)

Santarém fica para trás



Capital do cavalo


A23, ainda faltam 25 kms...

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